O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, quer perdoar R$ 1 bilhão de dívida de locadoras de veículos com o estado. O governo quer aprovar um projeto para revogar, de forma retroativa, a cobrança da complementação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) pago pelas locadoras, quando estas vendem seus veículos. “A verdade é que com esse projeto Jabuti,  Zema quer beneficiar os amigos e os financiadores de sua campanha”, denuncia o deputado estadual Ulysses Gomes, líder do Bloco Democracia e Luta, na Assembleia de Minas.

Olha como funciona: a alíquota do IPVA para locadoras é de 1%, enquanto para o cidadão é de 4%. No entanto, a lei determina que, ao vender os veículos, a empresa de locação deve pagar a complementação do imposto, de forma proporcional ao número de dias restantes para o fim do exercício, o que na prática não acontece em Minas. Ou seja, o Governo Zema está abrindo mão de recursos que podem ser empregados em diversas ações no Estado.

“O governo Zema, que afirma não ter recurso para conceder reajuste para os servidores da segurança, para pagar o piso nacional dos professores, para recuperar as rodovias mineiras, é o mesmo que agora quer abrir mão de R$ 1 bilhão.  O governo Zema não tem dinheiro quando é para pagar o trabalhador, o servidor da saúde, da educação, da segurança, mas quando é para ajudar os amigos, que financiam sua campanha, sobra dinheiro em Minas”, completa Ulysses.

Conflito de interesses

O dono da Localiza (umas das empresas que será beneficiada caso o projeto seja aprovado), Salim Mattar, é o terceiro maior doador do partido Novo em Minas Gerais e da campanha de Romeu Zema à reeleição ao Governo. O irmão de Salim Mattar, Eugênio Mattar, que também é presidente do conselho de administração da Localiza é o maior doador do partido Novo.