O alto custo do maquinário agrícola é um dos grandes problemas enfrentados por pequenos produtores de café. Buscando uma alternativa para essa questão, pesquisadores do Instituto Federal do Sul de Minas, em Machado, têm testado diferentes tecnologias de baixo custo para a realização de etapas do tratamento de café, como o secador estático, que tenta cortar a necessidade de que o grão seque no terreiro; e um descascador que não precisa de água, a fim de evitar desperdícios e gerar economia no processo.
Secador estático
Após a colheita, os grãos são secados em terreiros antes de seguir para o processo de armazenamento. Mais recentemente, foram criados secadores rotativos, onde o café gira em uma câmara de secagem após um período no terreiro. E, há 2 anos, o Instituto Federal faz testes em uma máquina que dispensa necessidade de que o café passe pelo terreiro.
Nele o produtor não precisa de terreiro e é possível secar o café sozinho. O aparelho não oferece risco para o trabalhador se acidentar, pois funciona através de um processo em que o calor está em temperaturas menores e controlado, portanto o produtor pode trabalhar em outras atividades enquanto a secagem acontece. A economia gerada pelo secador estático é de cerca de 20% de energia elétrica e quase 80% de mão de obra. O equipamento já está sendo comercializado há quatro anos e, segundo testes, não prejudica na qualidade da bebida. Os modelos variam entre R$ 28 mil e R$ 75 mil.
Descascador que não precisa de água
Um outro equipamento que foi desenvolvido no campus de Machado do Instituto Federal do Sul de Minas, e que já é comercializado através de uma parceria público-privada, é uma máquina descascadora de café, que promete não usar água durante o processo.
“Ele faz o descascamento do café para a produção do café cereja descascado ou posteriormente o café despolpado. O objetivo é uma tecnologia que possa ser aplicada junto ao pequeno produtor para agregação de valor do café, já que o café cereja descascado tem um ágil no mercado. Essa tecnologia já existe faz anos para o grande produtor com o uso de água e o pequeno produtor dificilmente tem acesso a essa tecnologia porque o tratamento da água tem um custo alto”, explica o professor e diretor do campus do IF Sul de Minas em Machado, Carlos Henrique Rodrigues Reinato.
Hoje, os modelos existentes no mercado chegam a utilizar 2 litros de água para cada litro de café despolpado e depois de utilizada, essa água ainda precisa passar por um tratamento para que seja reaproveitada.
Segundo o professor, todos os testes já foram feitos, tanto a nível de custo, eficiência e qualidade do café produzido em comparação com outras máquinas e equipamentos que utilizam água. A nova máquina tem um preço que varia de R$ 25 mil a R$ 35 mil, dependendo do tamanho, um custo que é reduzido se comparado a outros equipamentos do tipo.
Com informações do G1 Sul de Minas.