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Turismo no sul de Minas: visão empreendedora, qualificação e políticas públicas são necessários

Se apreciamos o local onde moramos, nossa tendência natural é querer compartilhá-lo com o mundo. No clima típico das montanhas do sul de Minas, convivemos com belezas naturais, como cachoeiras e muito verde. Muitas fazendas, as animadas festas regionais, e as ótimas opções da culinária local completam o quadro de atrativos para o olhar visitante.
O turismo, que segundo a OMT (Organização Mundial de Turismo, 2003), é uma das atividades econômicas que mais cresce no mundo, chegar a ter uma participação de 10% no PIB mundial, além de ser uma alternativa de renda limpa, que, se corretamente orientada, não causa impactos ambientais.


Acredito que o turismo seja uma alternativa econômica importante para a nossa região. Algumas opções tem-se destacado, a exemplo da Secretaria de Turismo de Monte Verde, distrito de Camanducaia, recentemente eleita como a melhor gestão turística do Brasil.


Inúmeras são as vocações presentes em nossa região para fomentar o turismo. Carecemos de políticas voltadas à qualificação de pessoal para esta desenvolver estas vocações, quais sejam, a nosso ver, o turismo religioso, o turismo educacional, o rural, o ecoturismo e o turismo de negócios.
Aposto especialmente no Turismo Rural, definido pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) como “uma atividade desenvolvida no campo, comprometida com a atividade produtiva, agregando valor a produtos e serviços e resgatando o patrimônio natural e cultural da comunidade. Isso significa que, para ser enquadrado como turismo rural, o empreendimento deve ser e não apenas ‘parecer’ um sítio ou fazenda.” Esta modalidade é relativamente nova no Brasil quando comparada com outros modelos, como o turismo sol e praia e o ecoturismo. Pioneiro na atividade, o município de Lages, em Santa Catarina, iniciou esta atividade como uma simples alternativa econômica que hoje é exemplo de qualidade no setor. Destaque são dados para a satisfação da população local com a atividade, que proporcionou ao produtor rural o aumento significativo de sua renda.

Os benefícios do Turismo Rural são ressaltados pela Embratur, que destaca em seu site que a atividade agrega valores a serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade. Com a implantação do Turismo Rural, dá-se a junção de dois ramos diferentes, mas, com fins comuns, diversificando as atividades do campo, transformando-o em atrativo turístico que compõe, também, o cotidiano da localidade, seus costumes tradicionais, o ambiente natural, as instalações rústicas, entre outras que motivam o turista a procurar o meio rural.

O Turismo Rural também contribui para o bem-estar das famílias envolvidas com a atividade, desenvolvendo o sentido de orgulho de sua origem e gerando conscientização quanto à preservação de seu patrimônio, enaltecido pelo turista, que procura o campo para satisfazer suas necessidades de lazer e interage com a comunidade local em atividades que são comuns aos residentes. A hospitalidade e o acolhimento do homem do campo também chamam a atenção do turista, que costuma apreciar cada momento passado na área rural, longe do tumulto e da poluição da cidade grande.

Como nem só de boa vontade sobrevive a atividade turística, no momento atual carecemos não apenas de políticas de fomento, mas também de empreendedores e de pessoal qualificado para desenvolvê-lo em nossa região. Quem se anima?

*Ulysses Gomes, ex-vereador em Itajubá, graduado e pós-graduando em Administração Pública.

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