Nos últimos dois dias, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fura-Filas ouviu três pessoas na condição de investigados, o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde (SES), João Pinho; a ex-assessora-chefe de comunicação da SES, Virgínia Cornélio da Silva; e a diretora de Vigilância de Agravos Transmissíveis da Secretaria, Janaína Fonseca. Durante as oitivas, o deputado estadual Ulysses Gomes, assim como os demais membros da Comissão, perguntou a todos eles quem foi o responsável por checar a prioridade dos nomes apresentados para a vacinação e a resposta de todos foram as mesmas: “ninguém sabe, ninguém fez”.
“Foi dessa forma que a vacinação foi operacionalizada pelo alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde, uma verdadeira casa da mãe Joana. A vacinação que era para ser feita pelo município, foi realizada pelo Estado, checagem dos nomes dos servidores e prioridades também não teve, mas jogo de empurra-empurra tem bastante e é o que mais temos visto nas oitivas”, criticou Ulysses.
O deputado também fez questão de pontuar que o objetivo da CPI não é discutir o direito à vacina, o que é um direito de todos, que, inclusive, foi defendido pelos parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). “Todos têm direito, mas no tempo certo, quando uma pessoa que não é do grupo prioritário fura a fila, ela tira a vez de outra. Com uma média de um brasileiro morto a cada 89 segundos por Covid-19, um dia a mais nessa fila faz muita diferença”, completou.