Um convênio com a Secretaria de Estado de Governo, firmado com o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSM), campus de Machado, prevê o financiamento de R$ 306 mil para a compra de uma encapsuladora de café para a região do Sul de Minas.
Com os investimentos obtidos, que teve também apoio do secretário Odair Cunha e do deputado Ulysses Gomes, o campus Machado vai atender a uma fatia crescente de mercado e os pequenos produtores. Nas palavras do deputado Ulysses, é um avanço para a instituição, para os produtores e para o café sul-mineiro. “Investir em inovação e pesquisa é um dos fortes do Sul de Minas também. Unir essa habilidade com o melhor café do mundo trará fortalecimento para as marcas, agregando novos consumidores, adeptos das cápsulas”.
O projeto do campus
O diferencial do projeto desenvolvido em Machado é disponibilizar o encapsulamento a preço de custo para produtores com dificuldade em acessar tal mercado. Será utilizado também nos programas Certifica Minas e Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de MG, sendo uma indústria modelo para demais empresas ou interessados na industrialização.
A máquina dever ter capacidade para produção de 20/25 cápsulas por minuto, compatíveis com o Nespresso®, em sistema de selagem individual e empacotadora de injeção de gás inerte.
O encapsulamento, devido ao preço de seus insumos, é oneroso ao industrializador, que repassa o custo ao pequeno produtor ou, para ter maior lucro, exige que a industrialização seja em grande escala. Com o apoio da instituição de ensino federal, a agricultura familiar tem mais chances de produzir micro e pequenos lotes de cafés especialíssimos.
Segundo o professor Leandro Carlos Paiva, especialista em cafeicultura, “pequenos e médios produtores entregam a maioria da produção a cooperativas e ao exportador, que liga seus lotes a de outros, o que os descaracteriza. O IF buscará agregar vários segmentos, de forma a montar uma plataforma de negócios no qual os agricultores tenham acesso a um sistema que traz maior valor ao produto, a um preço acessível e a possibilidade de dar mais visibilidade ao café especial”.
Segundo dados da Associação Brasileira de Indústria de Café (ABIC), o mercado de café em cápsulas no país poderá crescer 2,2 vezes até 2019 – para R$ 2,2 bilhões. “Tal expansão será acompanhada pelo aumento no número de empresas que fabricam cápsulas, número que de 2014 a 2016 já passou de 4 para 150”. As informações foram divulgadas durante o 24º Encontro Nacional das Indústrias de Café (EnCafé), em Una (BA).
Curiosidades sobre as cápsulas
• No Brasil consumo de monodoses foi de R$ 24,5milhões em 2008 e chegou a R$ 204,6 milhões em 2012. Ainda assim, representam apenas 2% do total vendido. (GECOM-UFLA; 2015)
• As máquinas de café expresso domésticas ultrapassaram 850 mil unidades (KantarWorldpanel2012).
• As cápsulas estão presentes em 0,6% dos lares, segundo pesquisa da AC Nielsen, em 2012/2013.
• No mundo o crescimento do segmento de cápsulas é em torno de 25%. (GECOM-UFLA; 2015)