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Cartilha ensina profissionais de turismo a tratarem LGBTs

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Com o aviso “Não é doença” e convidando o leitor a entender “essa sopa de letrinhas”, uma cartilha lançada pelo Ministério do Turismo pretende ensinar os profissionais do setor de hotelaria a atender bem os turistas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros). O material ressalta que “não existe quase nenhuma situação em que seja aceitável utilizar os termos populares, em geral pejorativos”, para se referir a homossexuais ou transgêneros. E recomenda ao leitor: “Retire-os de seu vocabulário”. “Piadinhas” e “comentários preconceituosos” também devem ser abolidos. O aviso é: “Trate todos como pessoas normais, pois é isso que são”.

Uma parte do material explica conceitos, como o de bissexuais, definidos como pessoas que se relacionam com ambos os gêneros, enfatizando que “não quer dizer que seja ao mesmo tempo”.

Para resumir a parte dos conceitos, o manual traz um desenho de um homem com setas saindo do cérebro para explicar a identidade de gênero; do coração, para falar da orientação sexual; e do órgão genital para tratar do sexo biológico, dividido entre “macho” e fêmea”. Na lista de definições, descreve as “pessoas assexuais”, que “não se sentem atraídas romântica nem sexualmente por outras, seja lá qual for a identidade de gênero que possuam”.

NOME SOCIAL DEVE SER RESPEITADO

Dicas práticas, sobre a quem oferecer o vinho para ser degustado ou a quem dirigir a conta, também constam da cartilha. “Uma forma amistosa é perguntar quem do casal irá degustar o vinho. Para mulheres, deve-se puxar a cadeira para as duas; e, na dúvida, colocar a conta no meio da mesa ou entregá-la a quem pediu”, ensina o material editado pelo governo. Ao mandar convite formal a casais homossexuais, o manual recomenda usar as formas de tratamento adequadas ao gênero. “Por exemplo, convite com o endereçamento ao Sr. e Sr. Gonçalves”, aponta, se casados com sobrenome em comum.

A cartilha recomenda que o profissional do setor do turismo “não se abale com a discrepância do nome ou da foto e aja com naturalidade” no caso de transgêneros ao apresentarem o documento com o nome de batismo. A ordem é tratar pelo gênero com o qual se identifica: “Se de forma feminina, senhora. Se de forma masculina, senhor”.

Os estabelecimentos comerciais são orientados a respeitar a identidade de gênero também no que diz respeito ao uso dos banheiros sociais. “Caso algum cliente heterossexual LGBTfóbico reclame, explique que não existe legislação que proíba uso de banheiro no Brasil. Por outro lado, a Constituição Federal veda a discriminação”.

Manifestações de afeto devem ser permitidas ou reprimidas para todos, sem distinção da orientação sexual, dita a cartilha. “Cantadas devem ser desestimuladas da mesma forma educada e sistemática, tanto com relação a homossexuais quanto a heterossexuais”. Para responder a clientes heterossexuais que reclamarem, o manual manda “utilizar o argumento da legislação contrária à LGBTfobia, quando existir, ou explicar que a postura do estabelecimento (ou sua própria) é de respeito à diversidade”.

Ao lançar a cartilha, que conta com o apoio da Embratur, do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos LGBT e do Ministério da Justiça, a pasta do Turismo afirma que os turistas LGBT representam 10% dos viajantes no mundo e movimentam 15% do faturamento do setor, de acordo com dados são da Organização Mundial no Turismo (OMT). O manual, segundo o ministério, pretende melhorar o atendimento a “um importante segmento para o mercado turístico mundial”.

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Por: RENATA MARIZ
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