A Reunião da CPI dos Fura-Filas desta quinta-feira (20/5) ouviu o ex-secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral. Por diversas vezes, Amaral respondeu aos questionamentos dos deputados de forma vaga, sem apresentar argumentos convincentes que esclarecesse o porquê do Estado ter tomado a prerrogativa de realizar a vacinação de servidores que não atuam na linha de frente (muitos deles, jovens e em regime de teletrabalho) sem qualquer respaldo legal. Também chamou atenção as respostas contraditórias do ex-secretário, em muitos casos faltando com a verdade, quando, por exemplo, afirmou que a sua própria vacinação seguiu os critérios de prioridade.

“É sempre bom lembrar que a vacinação do próprio Amaral, assim como a de diversos outros servidores, se deu no dia 19 de fevereiro. Nesta mesma CPI, no dia 30 de março, ouvimos diversos representantes de conselhos de Saúde de Minas Gerais e as respostas que tivemos foram unânimes: a maioria dos médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, dentistas, que atuam na linha de frente de enfrentamento à covid-19, não haviam sido vacinados naquele momento. Como ele poderia, então, ter se vacinado no momento certo?”, indagou o deputado estadual Ulysses Gomes, vice-presidente da CPI. Outro fato curioso dito por Amaral na reunião foi que ele não tinha conhecimento de que servidores em home office haviam sido vacinados na Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Durante a oitiva, Ulysses fez questão de reafirmar que ao propor a abertura da CPI, em nenhum momento o objetivo foi fazer caça às bruxas. “Nós sabemos do valor de cada um dos servidores da SES, mas não podemos admitir um processo ilegal de vacinação, enquanto milhares de profissionais da linha de frente se sacrificam diariamente no enfrentamento ao novo coronavírus e milhões de mineiros agonizam nas portas dos hospitais. A cada dia que passa, a cada reunião desta CPI, a cada depoimento a esta Casa Legislativa, fica comprovado que houve, sim, fura-filas na Secretaria de Saúde”, completou.