Informação é vida – sobre a devastação do crack em nossa cidade
Qui, 17 de Junho de 2010 22:40
Por: Ulysses Gomes
“O crack é uma substância que acaba com as pessoas em pouco tempo, que destrói famílias, que aprisiona a juventude. Esse mal só pode ser combatido por uma forte mobilização social, nunca por ações isoladas.”(Ulysses Gomes – membro da Frente Sulmineira pela Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente)
Os jornais de nosso município, consoantes a todas as partes do mundo, têm estampado com constância preocupante, em suas primeiras páginas, a triste realidade das drogas, mais especificamente do crack. Apreensões e prisões, bem sabemos, são a face visível de uma realidade mais visceral e muito mais ampla: para além da esfera criminal, este é um problema de comportamento e de saúde pública.
O baixo custo do crack contribuiu para sua disseminação. Ele é considerado, hoje, a droga mais potente de todas, devido à sua forma de uso (inalação), podendo causar dependência desde a primeira pedra. Com o acesso facilitado devido ao baixo custo – em torno de 5 reais – acaba atraindo cada vez mais usuários. Porém, a mistura da pasta de coca com produtos como ácido sulfúrico, querosene, gasolina ou solvente e cal virgem causa uma rápida devastação no organismo humano, levando a pessoa a passos largos para a morte. Antes disso, porém, um rastro de violência e degradação se espalha ao redor do usuário.
A implementação de políticas públicas específicas para enfrentar esse apelo social é urgente. Tenho conhecido muitas pessoas que convivem com usuários ou mesmo enfrentam este problema dentro de suas famílias, em Itajubá e região. Essas pessoas sabem do que estou falando. Enfrentam situações críticas, desesperadoras, que exigem uma resposta forte e constante.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o plano interministerial de combate ao crack. Tema de várias reuniões no governo nas últimas semanas, o plano é composto de três frentes: combate, prevenção e tratamento. Lula pediu expressamente o apoio dos prefeitos nessa luta. Acredito que seja preciso massificar as ações da campanha para conscientizar e chamar a população à participação em todas as ações de prevenção, denúncia e repressão ao consumo e tráfico de drogas.
Ao nos envolvermos de forma mais direta nestas ações, talvez possamos sair da posição de vítimas e nos posicionarmos de forma mais ativa na luta contra o crack. É preciso saber que a informação é nossa principal arma. É necessário que as pessoas saibam por que dizer não. E saibam que disseminar essa cultura é uma responsabilidade de todos nós: das famílias, das instituições públicas e dos diversos segmentos sociais. Convido o leitor a conhecer melhor o plano do governo federal e a procurar se engajar em ações efetivas em sua comunidade.