O 2º Inquérito Nacional Sobre Insegurança Alimentar publicado hoje (08/06), pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, apontou que 33,1 milhões de pessoas passam fome no Brasil e mais da metade da população do país, aproximadamente 125,2 milhões, vivem com algum grau de insegurança alimentar. De acordo com o relatório, de 2021 para 2022 houve um aumento de 14 milhões de pessoas em situação de fome em pouco mais de um ano. É o pior cenário de fome no Brasil no século.
Insegurança alimentar é a condição de não conseguir acesso regular e permanente a alimentos e possui vários graus, sendo a fome sua manifestação mais crítica. Atualmente, mais de cinquenta por cento da população brasileira se encontra em estado de insegurança alimentar nos mais variados níveis de gravidade. Muito disso em função da política genocida de Jair Bolsonaro ilustrada pelo desmonte de políticas públicas, piora na crise econômica, aumento das desigualdades sociais e segundo ano catastrófico da pandemia do Covid-19.
Nesta semana, uma reportagem do Uol revelou que o governo federal destruiu e praticamente zerou o orçamento do principal programa de aquisição de alimentos da agricultura familiar: o Alimenta Brasil. Em 2021, foram investidos R$ 58,9 milhões no programa e, até maio deste ano, apenas R$ 89 mil. Em 2012, na época do PT, a ação chegou a ter a aplicação de R$ 586 milhões do orçamento federal. O Brasil já foi referência internacional no combate à fome entre 2004 e 2013, em que políticas públicas para o combate à pobreza reduziram o índice inicial de 9,5% dos lares em situação de fome para 4,2%. Hoje, infelizmente, o governo é outro.
Mais do que nunca, precisamos atuar no enfrentamento à crise econômica, com ampliação da geração de emprego e renda, assim como a valorização real do salário dos brasileiros. Além, é claro, de ampliar os programas de combate a fome. Definitivamente, isso não acontecerá com a política genocida do atual chefe de Estado.